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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Apatia

Me sinto apática, pálida, sem sabor.
Uma sensação estranha que entorpece as vontades, que projeta um exemplo pobre de bibêlo.

O calor que abrasa a pele não toca o âmago de gelo, dominado e possuido pela apatia.

Não há mais vida naquilo que pulsa sereno no peito, cada vez mais devagar, rendendo-se a verdade regente imposta pela apatia.
E a pulsação apática espalha o torpor e o pedido de entrega pelas veias, matando dolorosamente cada uma das qualidades.

O rosto não mais me pertence, não mais expressa a dor da morte viva que atinge o ser.
É apenas uma pelicula porcelanada que recobre a face da boneca imperfeita. Sem sorriso ou choro.
Chorar não resolve mais, por mais que chore.

A necessidade de ajuda não existe mais.
Nenhum ato solidário pode modificar o interior lastimável.
O tempo de coma acabou.


Talvez agora alguém perceba que a apatia já dominou o rosto, modelou a voz, obscureceu o olhar.
Ainda assim, será tarde.

A morte viva é inevitável quando o corpo cansa de lutar, quando a mente cansa de resistir.
E cada vez mais, gradualmente durante todo esse tempo, eu me sinto morta.

Desânimo, desespero, desapego.
Torpor.
Puro e dominante.
E a sensação de ser invisivel.

As palavras são fortes e resistem a apatia. Não se deixam domar, fogem, se escondem.
Onde eu não posso ver, onde eu não as posso usar. E tendo elas sido as minhas mais constantes companias, não tê-las dói mais do que qualquer outra dor.

Eu estou me perdendo.
E é grande o pesar por adimitir isso.
Admitir o erro de se deixar perder.
Desistir de si mesmo.

A minha essência se esvaiu aos poucos, levando a verdade e a força que me impulsionava.
E o que fica é a sensaçãode perda.

Estou em busca de palavras e sentimentos, numa planicie clara e vazia onde não existe lugar pra se abrigar, onde a tempestade sufocate irá atingir o rosto.
Rosto inexpressivo como uma tela em branco, emoldurada por uma vastidão negra de fios revoltos.

O que eu me tornei?
A sombra do que jamais fui?
E tudo aquilo que quis, ainda existe?

Como eu falei, as palavras fogem, as idéias somem e a qualidade se apaga.

Eu só queria voltar a querer.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

| Temidas Manhãs de Outono |



Ouço o sussurro tênue da vitória
Invadindo minha mente
Incitando minha memória
Como um gole em bebida ardente.

Sinto o perfume inexorável da amizade
Permear a planicie fria do meu coração
Dominando tudo com a sua imensa claridade
Subjugando, enfim, a dura escuridão.

Vejo o fulgor maduro da esperança
Dominar os pastos esmeraldinos do futuro
Traçando para a doce criança
Um caminho longínquo e seguro.

Ouço o som estridente da aurora
Sentindo a urgência de acordar
Vendo a luz que me consolava outrora
À realidade me convocar.